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O fim pode ser apenas a metade do caminho. Pode ser uma hora em que se fica sozinho, por alguns minutos – aguenta – que vão valer a espera. Pode ser belo, se acompanhado de alguma esperança que o próximo começo é bom. Depende de como você enxerga. E se ainda respira, ainda pensa. Assim é comigo. O ar que embaça as lentes num dia frio é o mesmo que dentro de mim traz seu cheiro, numa mentira de me fazer acreditar que o seu perfume está perto. É só alguém que roubou o vidro e me engana. Tua palavra que ainda ressoa, tua história que ainda é junta, minha luta que ainda sua e a ausência. Vai entender o porquê de eu ainda lembrar… Deve ser o que eu não admitia, mas enquanto houver você do outro lado, eu me oriento. Nem que seja para ficar longe. Nem que seja para ainda deixar de acreditar que mexe.
Ridículo.
A fé que eu depositei em mim foi suficiente. Tanto é que tive resposta pra tudo que perguntei. O problema foram as que vieram à reboque. E ainda respiro. O dia me mente que passou. Passou nada. Já é o próximo, mas a dor é a de ontem. A de agora. A dor que passa, mas ainda vai incomodar. Dorme, criança. Vai ser melhor. Tua sinceridade fez escola em mim – e um rombo na alma também. Tão mais fácil pular as partes chatas do livro, da vida, do filme, né? Ficar com o que é bom e não gasta muito da gente. Nem exige. Ainda respiro. A cena repete. Levanto, café, vou, pisco, janta, cama. A cena inverte. Cama, café, levanto, janta, pisco, vou. E a razão de ser alguém está tão longe. E me lembro de você. Ainda. Sem querer, querendo, podendo, morrendo, mordendo, sendo, roendo, vivendo. Mas não era o fim? Por que ainda tem tanto da gente aqui? Era brincadeirinha. É só uma etapa do processo.
Ridículo.
Novo anjo da minha vida, mas que parece me conhecer há tanto tempo. Só enquanto souber respirar vou lembrar do que é pra mim. Você é tudo isso. Sem mais. Sem menos. Exatamente a poesia. Exatamente a força. Exatamente enquanto eu respirar.
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