segunda-feira, 10 de junho de 2013

A história de uma Moça e de um Rapaz – Em: Encontros, Desencontros.

Início do ano de 2011, num bairro nobre da Capital do PR a hemorragia do coração da moça ferida estava estancada e em fase de recuperação. Uma separação traumática. Procurando uma maneira de dar alegria e renovar as esperanças no amor encontra uma comunidade no falecido ORKUT de “Jovens Solteiros”, procura um nome, alguém que pareça ser de Curitiba (quanto mais próximo melhor) e encontra um nome, um homem, que de cara, parece ter mais ou menos esta ou aquela aparência, o qual a moça sempre sonhava. Em pouquíssimo tempo o rapaz e a moça estavam conectados e em seguida engataram uma troca de recados virtuais, educados e interessados, aos poucos a curiosidade e o interesse aumentavam e na primeira oportunidade de diálogo (virtual) os dois iam se interrogando e descobrindo afinidades além do inimaginado (acabei de criar esta palavra). Não demorou mais que uma semana e meia, para marcarem um encontro. O Rapaz morava um pouco longe da grande Curitiba, mas perto o suficiente para acordar cedo e numa animação súbita subir num ônibus para poder encontrá-la e abraçá-la (e beijá-la) como tanto havida pensado e planejado fazer. E fez! Encontraram-se, abraçaram-se, saíram pra comer e antes da refeição elevaram uma oração, agradeceram a Deus pelo alimento (ela agradeceu pelo momento). Depois, ele a beijou, parecendo cena de filme, ao som de uma música romântica e inesquecível (eu, estou pensando em vc...pensando em nunca mais ...pensar em te esquecer...pois quando penso em vc...é quando não me sinto só...). Desse momento em diante, os próximos dias que se seguiram, foram de magia, como em toda paixão visceral o qual duas mentes e dois corações parecem desejar caminhar no mesmo ritmo, no mesmo caminho, paralelos, mas próximos, num reta sem fim, pra sempre, esse é o final feliz que a moça imaginava como desfecho. Afinal, ela merecia um final feliz, ela (pensava) que merecia uma benção de Deus, dessas. Não era possível ser tudo ilusão. Rogava em suas orações a benção e proteção de Deus que tudo pode, naquela paixão que poderia virar amor, bastasse apenas tempo, tudo se encaixaria e a benção seria completa. Seria.... Só precisou algumas poucas semanas para o inesperado virar desespero. Um pequeno desespero. Uma leve indignação. Mentira minha. Muita indignação. O rapaz, sem nem mesmo ter tentado, reduziu a um mero SMS a mensagem de que aquilo não daria certo. É. Só isso. Por quê?Não tinha por que. Era isso e pronto. A moça passou uns dias e noites relendo os diálogos gravados, relembrando as conversas intermináveis ao telefone, e excluindo uma por uma, as mensagens românticas do celular, ao final, se deparando com aquela mensagem do fim. FIM. Mas o rapaz, esse rapaz, trabalhador, universitário e extremamente confuso das ideias não conseguiu deixar de pensar na mocinha das sardinhas pintadas pessoalmente pelas mãos de Deus, cada uma, uma por uma, foi desenhada no rosto dela pelas mãos do Criador, que criou o que há de mais belo no universo, coloriu o olhar e pintou aquelas sardinhas, que em primeira impressão, foi a coisa mais bunitinha que o rapaz viu na moça, em uma das várias fotos que ele apreciou no instante em que havia aceitado ela no seu extenso e vasto mundo de uma rede social, com dezenas e centenas de outras moças, mas nenhuma delas tinha sido desenhada com tanto cuidado aquelas sardinhas que decoravam aquele rosto sorridente e alegre na foto. A moça não deixou de pensar no rapaz, um dia sequer depois daquela data, após o diálogo na internet. Nem o FIM inesperado e sem graça que o moço havia proposto tiraram o gosto daquele domingo, daquela tarde, dentro daquele espaço de um beijo puro, intenso e sem amor. Como os dias seguem, não há como evitar... O mesmo toque de mensagem que anunciou a má notícia anunciou um reaparecimento do além. Novamente, com esperanças reavivadas no coração da mocinha, tudo diferente agora, mas tão doce, como sempre, os contatos retornaram e se fizeram mais presenciais (do que virtuais). A moça aceitou um convite, e num outro domingo não tão ensolarado, chuvoso até, e frio, aceitou o convite do moço para conhecer um pouquinho de sua vida e seu canto... Um almoço informal com o pai do rapaz, senhor simpático e agradável de conversa solta somou mais algumas ilusões (daquelas que ainda estavam intactas) e eis que surge uma torre de ilusões e expectativas. Um domingo chuvoso que pedia contato, que pedia calor. Pedia juízo, mas essa parte o rapaz e a moça não levaram em consideração. Vamos pular esta parte da história. Após o segundo domingo mágico, entre eles a velha decepção, houve mais proximidade, houve mais paixão, houve mais e mais e mais, decepção. O moço, realmente é um moço muito, muito, muito confuso. Além de confuso, a moça chegou a outra triste conclusão, ele é complicado, muito mais do que dá pra imaginar ou pensar, ou prever, ou... Tem certos tipos de homens adoravelmente problemáticos. E marcados e traumatizados e descapacitados (inventei essa palavra também) para viverem o amor o qual desejam e sonham. E a bandeira da vez é: Por um mundo melhor onde seja possível mães criarem filhos (homens) com maior capacidade psicológica, física e espiritual em se relacionar com mulheres decididas e bem resolvidas na vida. Houve uma série de escorregadas verbais e de atitudes por parte do rapaz que a moça, em certo momento, respondeu da mesma forma, de forma que, tudo se complicou ainda mais. Tudo bem... Seres humanos, seres surpreendentes. A complexidade de reações, sentimentos é por muitas vezes e situação, inexplicáveis. Fica o dito pelo não dito. Você entendeu. C'est la vie... O tempo, esse incrível fator preponderante nas questões que envolvem, nós, relis mortais, passa...ele passa...vôa...passam os dias, os meses, e até os anos. De lá pra cá são (alguns anos depois) e em diversos momentos, esse rapaz, por diversas vezes tentou esquecer e esqueceu bem pouquinho e o mais intrigante é que a lembrança não morria e como um fantasma que visita seu assassino, as noites sempre traziam as lembranças e as lembranças vinham com aquela voz dizendo o que o rapaz não queria ouvir. Voltou a lembrança de tudo que não aconteceu. Voltou a lembrança da saudade que sentiu e da moça pulando em seu colo em cada encontro rápido que tiveram. Porque foi tão rápido, pensava... Voltava dia a dia e nunca cessava a sensação de algo perdido entre o tempo e o espaço, nem se falando no sentimento de vazio quando nada dava certo e a foto dela continuava sorridente nas redes sociais, tão completa. Voltou aquele nome a fazer parte de diversas tentativas de contato. A voz da lembrança sussurrava: Outra pessoa estava provocando aquele sorriso?Outra pessoa estava sentindo aquele perfume nas mãos? Outra pessoa estava recebendo aquelas poesias? Outra pessoa estava andando de mãos dadas? Outra pessoa estava admirandas aquelas sardas no rosto dela, obra de arte do Criador? Outra pessoa recebia aquela paixão que um dia pertenceu somente ao rapaz, iria ser pra sempre pra vida dela o “Sr.não-sei-te-fazer-feliz-mas-é-tudo-que-eu-quero-na-vida”?? Se dúvidas passavam pela grande cabeça do rapaz, não faltava vergonha na cara em bater sempre na mesma tecla e discutir com a moça o que fez o que não fez, o porquê do mundo, da vida, do desencontro, do perdão, da falta de interesse, da inimizade, do carinho e da rejeição que tanto permeavam aquele casal desajeitado e desfeito, incompatível e inconformado em não se grudar os lábios novamente pra nunca mais soltar. Enfim. C'est la vie... C'est la vie Uma vez, entre várias tentativas de contato, quem sabe se a intenção de uma simples amizade com a moça houvesse uma oportunidade, uma pequena chance, de se enxergar além, além do que passou, além do que ele não fez e fez, além do além, de tudo que os rodeiam e da necessidade de um amor, onde os dois possuíam e almejavam e em decorrência da falta de sorte da moça em encontrar um amor verdadeiro nesse ínterim. Quem sabe não é!? Resumidamente as tentativas de contato se fizeram insistentes, umas vezes sendo respondidas, outras não, já se via que a moça tinha esgotado sem seu senso de aceitação de desculpas sem noção e sem sentido, mas a persistência é quem domina, é e sempre há de ser uma das características mais marcante do rapaz. Em umas das tentativas, foi solicitada ajuda, por parte do rapaz. Vejam que ironia do destino, o rapaz precisava mudar de ramo, mudar de cidade, mudar de trabalho, os negócios estavam de mal a pior, tudo desabando na cabeça dele, o fracasso tomando conta, tudo complicado, tudo revirado, revoltado, brigas familiares, coração afogado na dependência e a vida é mesmo um caixinha de surpresas. “Tudo que vai, deixa o gosto, deixa as fotos, quanto tempo faz...deixam os beijos, deixam a memória, eu nem me lembro mais, nem me lembro mais...”

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